domingo, 29 de abril de 2012

A Igreja em Filadélfia


A Igreja em Filadélfia -- vv. 7-13

Chegamos agora à sexta carta, enviada a uma das igrejas da Asia, em que observamos:

O sobrescrito, mostrando:

1. A quem foi diretamente dirigida: “... ao anjo da igreja que está em Filadélfia; essa também era uma cidade da Asia Menor, localizada nas fronteiras da Mísia e da Lídia, e obtivera o seu nome desse amor fraternal pelo qual era proeminente. Dificilmente podemos supor que esse nome lhe foi dado depois de ter recebido a religião cristã, e que foi assim denominada em virtude da afeição cristã que todos os crentes têm, e deveriam ter, uns pelos outros, como filhos de um Pai e irmãos de Cristo; mas antes, devemos supor que esse era o seu nome antigo, por conta do amor e da bondade que os cidadãos tinham e demonstravam uns pelos outros como uma fraternidade civil. Esse era um espírito excelente, e, quando santificado pela graça do evangelho, tornou-os uma igreja excelente, como de fato eram, pois aqui não se acha nenhuma falta nessa igreja, e, mesmo assim, sem dúvida, havia faltas nela de enfermidades comuns; mas o amor cobre essas faltas.

2. Quem assinou essa carta; o mesmo Jesus que é somente Ele o cabeça universal de todas as igrejas; e veja aqui que título Ele escolhe para se apresentar para essa igreja: “... o que é santo o que é verdadeiro o que tem a chave de Davi...”. Temos aqui a sua natureza pessoal: O que é santo e o que é verdadeiro, santo em sua natureza, e por isso não consegue ser outro do que verdadeiro à sua palavra, pois falou na sua santidade; e temos também sua natureza política: “...o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre”; Ele tem as chaves da casa de Davi, a chave do governo e da autoridade na igreja e sobre ela.

Observe: (1) Os atos do seu governo. [1] Ele abre. Ele abre uma porta de oportunidade para suas igrejas; Ele abre uma porta de proclamação aos seus ministros; Ele abre uma porta de entrada, abre o coração; Ele abre uma porta de admissão à igreja visível, estabelecendo os termos da comunhão; e Ele abre a porta de admissão à igreja triunfante, de acordo com os termos da salvação estabelecidos por Ele. [2] Ele fecha a porta.  Quando Ele que fecha a porta da oportunidade e a porta da proclamação, e deixa os pecadores obstinados na dureza do seu coração; Ele fecha a porta da comunhão da igreja para descrentes e pessoas profanas; e Ele fecha a porta do céu contra as virgens tolas que dormiram e desperdiçaram o seu dia da graça, e contra os obreiros da iniqüidade, por presunçosos e confiantes que fossem. (2)
A forma e a maneira em que Ele realiza esses atos, e isso é absoluta soberania, independente da vontade dos homens, e diante da qual o poder dos homens é irresistível: “... o que abre, e ninguém fecha e fecha, e ninguém abre”; Ele opera o querer e o efetuar, e, quando Ele opera, ninguém pode impedi-lo. Essas eram qualidades apropriadas a Ele, quando estava falando a uma igreja que tinha se empenhado em se conformar a Cristo em santidade e verdade, e que tinha desfrutado de uma porta larga de liberdade e oportunidade sob o seu cuidado e governo.

O tópico dessa carta, em que: 1. Cristo lhes traz à mente o que fez por eles: “...eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar’ (v. 8). Eu a abri, e a mantive aberta, embora houvesse muitos adversários. Aprenda aqui: (1) Cristo deve ser reconhecido como o autor de toda a liberdade e oportunidades de que suas igrejas desfrutam. (2) Ele toma nota e mantém a memória de quanto tempo já preservou sua liberdade e seus privilégios espirituais para eles. (3) Homens ímpios têm inveja das portas de liberdade de que desfruta o povo de Deus, e teriam prazer em fechá-las. (4) Se nós não provocarmos Cristo a fechar essa porta contra nós, os homens não poderão fazê-lo.

2. Essa igreja é elogiada: “...tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (v. 8). Nisso parece estar expressa uma suave censura: “Tu tens pouca força, uma pequena graça, que, embora não seja proporcional à larga porta de oportunidade que eu abri para ti, mesmo assim é verdadeira graça, que te manteve fiel”. A verdadeira graça, mesmo fraca, tem a aprovação divina; mas, embora Cristo aceite a pequena força, os crentes não devem descansar e ficar satisfeitos com o pouco, mas devem se empenhar para crescerem na graça, para serem fortes na fé, dando glória a Deus. A verdadeira graça, mesmo fraca, vai realizar mais do que os maiores dons ou o mais elevado grau de graça comum, pois vai capacitar o cristão a guardar a palavra de Cristo e a não negar o seu nome. A obediência, a fidelidade e a franca confissão do nome de Cristo são os frutos da verdadeira graça, e como tais são agradáveis a Cristo.

3. Aqui está uma promessa do grande favor que Deus iria conceder a essa igreja (vv. 9,10). Esse favor consiste em duas coisas: (1) Cristo iria subjugar os inimigos dessa igreja a ela. [1] Esses inimigos são descritos como os “.. que se dizem judeus”, mas que mentiam ao dizer isso — aspiravam ser o único povo singular de Deus, mas na verdade eram a sinagoga de Satanás. Assembléias que adoram a Deus em espírito e em verdade são o Israel de Deus; assembléias que ou adoram a falsos deuses, ou ao verdadeiro Deus de maneira errada, são a sinagoga de Satanás; embora professem ser o único povo de Deus, sua profissão de fé é uma mentira. [21 Sua sujeição à igreja é descrita: “...eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés”; não para prestar honra religiosa e divina à própria igreja, não ao ministério dela, mas serão convencidos de que estavam no erro, que esta igreja está certa e é amada de Cristo, e eles desejarão ser introduzidos na comunhão com ela para adorar o mesmo Deus da mesma maneira.

Como será efetuada essa grande mudança? Pelo poder de Deus agindo no coração dos seus inimigos, e por descobertas sinalizadoras do seu favor especial concedido à sua igreja: “...e saibam que eu te amo”. Observe que, em primeiro lugar, a maior honra e felicidade de que uma igreja pode desfrutar consiste no amor e no favor peculiares de Cristo. Em segundo lugar, Crista pode revelar esse seu favor ao seu povo de maneira tal que até os seus inimigos possam ver isso e ser forçados a reconhecê-lo.
Em terceiro lugar, isso vai amolecer pela graça de Cristo, o coração dos seus inimigos e torná-los desejosos de serem admitidos na comunhão com eles.

(2) Mais um exemplo do favor que Cristo promete a essa igreja é a graça perseverante nos tempos mais difíceis (v. 10), e isso vale corno recompensa por sua fidelidade em tempos passados.Aquele que tem se dará.

Observe aqui: [1] O evangelho de Cristo é a palavra da sua paciência. E o fruto da paciência de Deus para com o mundo pecador; coloca diante dos homens a paciência exemplar de Cristo em todos os seus sofrimentos pelos homens; chama os que o recebem ao exercício da paciência em conformidade com Cristo. [2] Esse evangelho deve ser guardado cuidadosamente por aqueles que dele desfrutam; eles devem viver à altura da fé, e prática, e adoração prescrita no evangelho. [3] Depois de um dia de paciência precisamos contar com uma hora de tentação; um dia de paz e liberdade do evangelho é um dia da paciência de Deus, e raramente está tão desenvolvido como deveria esta e por isso com freqüência é seguido de uma hora de aflição e tentação. [4] As vezes a provação é mais geral e universal; vem sobre todo o mundo e, quando é assim geral, comumente é mais breve. [5] Os que guardam o evangelho em tempos de paz serão guardados por Cristo na hora da tentação. Ao guardarem o evangelho, eles estão sendo preparados para a provação; e a mesma graça que os tornou frutíferos em tempos de paz vai torná-los fiéis em tempos de perseguição.

4. Cristo chama a igreja àquela tarefa para a qual Ele prometeu capacitá-la, que é: a perseverar, a guardar o que ela possuía. (1) A tarefa em si: “Guarda o que tens, a fé, a verdade, a força da graça, o zelo, o amor aos irmãos; tu foste tomado por esse excelente tesouro; guarda-o firmemente”. (2) Os motivos, tomados da rápida aparição de Cristo: “Eis que venho sem demora. Vê, estou para vir para aliviá-los nessa provação, para recompensar a sua fidelidade e para castigar os que se desviam; estes perderão a coroa à qual antes tinham direito, pela qual esperavam, e na qual se alegravam quando nela pensavam. Os cristãos que perseverarem receberão o prêmio dos que professavam a sua fé e apostataram,  estes que antes o esperavam”.

A conclusão da carta (vv. 12,13). Aqui:

1. Segundo a sua maneira comum, o Salvador promete uma recompensa gloriosa ao crente vitorioso, em duas coisas:  (1) Ele será uma “.. . coluna” magnífica no templo do meu Deus”; não uma coluna para dar sustentação ao templo (o céu não precisa desse tipo de escoras), mas um monumento da gratuita e poderosa graça de Deus, um monumento que nunca será deformado ou removido, como aconteceu com muitas colunas imponentes erigidas em honra a imperadores e generais romanos. (2) Nessa magnífica coluna haverá uma inscrição honrosa, como é comum nesses casos. [1]”... o nome do meu Deus”, em cuja causa o vencedor se engajou, a quem ele serviu, e por quem sofreu nessa batalha; “. .. e o nome da cidade do meu Deus”, a igreja de Deus, “...a nova Jerusalém, que desce do céu”. Nessa coluna serão registrados todos os serviços que o crente fez pela igreja de Deus, como ele defendeu os seus direitos, ampliou suas divisas, manteve sua pureza e honra; esse nome será maior do que o nome de Asiaticus ou Africanus; um soldado de Deus nas batalhas da igreja.


E então, mais uma parte da inscrição é: [2] O “...meu novo nome”, de Cristo, o Mediador, o Redentor, o comandante da nossa salvação; nisso vai se tornar evidente sob que bandeira esse crente vencedor se alistou, por exemplo de quem ele foi encorajado, e sob influência de quem combateu o bom combate, e saiu vitorioso.

2. A carta é encerrada com o pedido de atenção: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”, como Cristo ama e valoriza o seu povo fiel, como ele elogia e como ele vai coroar a sua fidelidade.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Comentário Bíblico Mathew Henry  - Novo Testamento Edição Completa

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