quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Igreja em Pérgamo - vv. 12-17

A Igreja em Pérgamo - vv. 12-17

Aqui também devemos considerar:

O sobrescrito dessa mensagem. 1. A quem foi enviada: “... ao anjo dcc igreja que está em Pérgamo”. Se essa era uma cidade reconstruída das ruínas de Tróia, ou uma nova Tróia (como Londres foi certa vez chamada), ou alguma outra cidade com o mesmo nome, não é certo nem concreto; era um lugar onde Cristo tinha chamado e constituído uma igreja do evangelho por meio da pregação do evangelho, e por meio da graça com o seu Espírito tornou a sua palavra eficaz. 2. Quem foi que enviou essa mensagem a Pérgamo: o mesmo Jesus que aqui se autodenomina como o que “. . . tem a espada aguda de dois fios” (cap. 1.16), “de cuja boca saía uma aguda espada de dois fios”.

Alguns têm observado que nos diversos títulos que foram prefixados às diversas cartas há algo adequado ao estado dessas igrejas; como no caso de Efeso, o que poderia ser mais apropriado para despertar e recuperar uma igreja sonolenta e declinante do que ouvir Cristo falando como um que “. . tem na destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro”? A igreja em Pérgamo estava infestada de homens de mente corrompida, que faziam o que podiam para corromper tanto a fé como os costumes da igreja; e Cristo, estando determinado a lutar contra eles pela espada da sua palavra, assume o título daquele que tem a aguda espada de dois fios. (1) A palavra de Deus é uma espada; é uma arma tanto defensiva quanto ofensiva, isto é, na mão de Deus, capaz de destruir tanto o pecado quanto o pecador. (2) E uma espada afiada.

Nenhum coração é tão duro que não possa ser ferido por ela, nenhum nó está amarrado tão firmemente que ela não possa cortar; consegue separar alma e espírito, isto é, a alma daqueles hábitos pecaminosos que por costume se tornaram mais uma alma, ou parecem essenciais a ela. (3) E uma espada de dois fios; ela se volta e corta nos dois sentidos. Existe o fio da lei contra os transgressores dessa dispensação, e o fio do evangelho contra os desdenhadores dessa dispensação; há um fio que faz uma ferida e há um fio que abre uma ferida de pústula para a sua cura. Não há como escapar do fio dessa espada: se você se volta para a direita, ela tem um fio desse lado; se você se volta para a esquerda, você cai sobre o fio da espada desse lado; ela se volta para todos os lados.

Do sobrescrito procedemos para o conteúdo da carta, em que o método é bastante semelhante ao observado no restante. Aqui:

1. Cristo observa as aflições e dificuldades que essa igreja enfrenta: “Eu sei as tuas obras, e onde habitas...” (v. 13). As obras dos servos de Deus são mais bem conhecidas quando as circunstâncias em que eles as fizeram são devidamente consideradas. Agora, o que acrescentava muito brilho às boas obras dessa igreja eram as circunstâncias do lugar em que essa igreja estava plantada, um lugar onde “...está o trono de Satanás”. Assim como o nosso Senhor toma nota de todas as vantagens e oportunidades que temos para o serviço nos lugares em que vivemos, assim Ele toma nota de todas as tentações e desencorajamentos que nos vêm de encontro dos lugares em que vivemos, e faz generosas compensações por eles. Esse povo morava onde estava o trono de Satanás, onde ele tinha o seu tribunal. O seu percurso é o mundo inteiro, o seu trono está em alguns lugares conhecidos pela maldade, pelo erro e pela crueldade. Alguns pensam que o governador romano nessa cidade era o inimigo mais violento dos cristãos; e o trono da perseguição é o trono de Satanás.

2. Ele elogia a firmeza deles: “. .. reténs o meu nome, e não negaste a minha fé”. Essas duas expressões são muito semelhantes no seu sentido; a primeira pode, no entanto, significar o efeito, e a segunda, a causa ou o meio. (1) “Tu reténs o meu nome; tu não te envergonhas do teu relacionamento comigo, mas consideras uma honra o meu nome estar acrescentado ao teu, que, assim como a mulher carrega o nome do marido, assim tu és chamado pelo meu nome; isso reténs firmemente, como tua honra e privilégio”. (2)

“O que te tornou fiel assim é a graça da fé: tu não negaste as grandes doutrinas do evangelho, nem te desviaste da fé cristã, e por meio disso tu foste conservado fiel”. Nossa fé terá grande influência sobre a nossa fidelidade.

Homens que negam a fé em Cristo podem se jactar muito de sua sinceridade, e de sua fidelidade a Deus e da consciência; mas poucas vezes se ouviu que os que abandonaram a verdadeira fé retiveram a sua fidelidade; geralmente na rocha em que os homens fizeram naufragar a sua fé fazem naufragar também a sua boa consciência.

E aqui o nosso bendito Senhor enaltece a fidelidade da sua igreja em contraste com as circunstâncias dos tempos, como também do lugar em que eles viviam: eles tinham sido fiéis mesmo . . . nos dias em que Antipas, minha fiel testemunha, foi morto entre vós”. Não temos certeza de quem era essa pessoa, e se havia algo misterioso no seu nome. Ele era um fiel discípulo de Cristo, ele sofreu o martírio por causa disso, e selou a sua fé e fidelidade com o sangue no lugar em que Satanás habitava; e embora os outros crentes ali soubessem disso, e o tivessem visto, ainda assim não foram desencorajados nem afastados da sua firmeza; isso é mencionado como um ponto a mais em sua honra.

3. Ele os reprova por suas falhas pecaminosas (v. 14): “Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão E...] e tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço”. Havia alguns que ensinavam que era legítimo comer coisas sacrificadas aos ídolos, e que a fornicação simples não era pecado; eles, por meio de uma adoração impura, atraíam os homens para práticas impuras, como Balaão fez com os israelitas. Observe: (1) A imundície do espírito e a imundície da carne com freqüência andam juntas.

Doutrinas corrompidas e a adoração corrompida com freqüência levam à conversa corrompida. (2) E bem legítimo associar o nome dos líderes de uma heresia aos que os seguem. E a forma mais rápida de identificá-los. (3) Continuar em comunhão com pessoas de princípios e práticas corrompidos é desagradável a Deus, atrai culpa e vergonha sobre toda a sociedade: eles se tornam participantes dos seus pecados. Embora a igreja, como tal, não tem poder para punir a pessoa dos homens, seja por heresia ou por imoralidade, com castigos corpóreos, ainda assim tem poder para excluí-los da sua comunhão; e, se não o fizer, Cristo, o cabeça e legislador da igreja, vai estar descontente com isso.

4. Ele os chama ao arrependimento: “Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti...” (v. 16). Observe aqui: (1) O arrependimento é o dever tanto dos santos quanto dos pecadores; é o dever do evangelho. (2) E o dever das igrejas e das comunidades como também de pessoas em particular; os que pecam juntos devem se arrepender juntos. (3) E o dever de sociedades cristãs arrepender-se dos pecados de outros homens, embora só os tenham cometido por conivência. (4)
Quando Deus vem para castigar os membros corruptos de uma igreja, Ele censura a própria igreja por ter permitido que esses continuassem na sua comunhão, e alguns pingos da tempestade caem sobre toda a sociedade. (5) Nenhuma espada corta tão fundo, nem muge uma ferida tão mortal quanto a espada da boca de Cristo. Que as ameaças da palavra sejam fixadas na consciência de um pecador, e ele logo será um pavor para si mesmo; que essas ameaças sejam executadas, e o pecador será totalmente eliminado. A palavra de Deus vai tomar o controle dos pecadores, mais cedo ou mais tarde, seja para sua convicção ou para sua confusão.

Temos a conclusão dessa carta em que, depois da exigência geral de atenção, há a promessa de grande favor para os que vencerem. Eles vão “. .. comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branco, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” (v. 17). 1. E o maná escondido, as influências e confortos do Espírito de Cristo em comunhão com Ele, descendo do céu para dentro da alma, de tempos em tempos, para o seu sustento, para deixar que experimentem algo do que os santos e os anjos vivem no céu.

Isso está escondido do restante do mundo — o estranho não se intrometerá com essa alegria; e ele está guardado em Cristo, a arca da aliança, no Santo dos Santos. 2. A pedra branca, com um novo nome escrito nela. Essa pedra branca é a absolvição da culpa do pecado, aludindo ao costume antigo de se dar uma pedra branca aos que eram absolvidos no tribunal e uma pedra preta aos condenados. O novo nome é o nome de adoção; pessoas adotadas tomaram o nome da família em que foram adotadas. Ninguém pode compreender a evidência da adoção de um homem a não ser ele mesmo; ele não pode compreendê-la sempre, mas se ele perseverar terá a evidência tanto do ser filho quanto da herança.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Mathew Henry  - Novo Testamento Edição Completa

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